O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, disse nesta sexta-feira (16) que não há partidos italianos citados no relatório da inteligência dos Estados Unidos sobre repasses da Rússia para legendas políticas de outros países.
Segundo o premiê, ele recebeu essa confirmação do secretário americano de Estado, Antony Blinken, em um telefonema. "A coisa mais natural era que eu perguntasse o que ele sabia. Ele me confirmou a ausência de forças políticas italianas na lista de quem se beneficiou de fundos russos", contou.
Ainda de acordo com Draghi, os responsáveis pelos serviços secretos da Itália tiveram contato com a inteligência dos EUA, que também disse não ter qualquer evidência de financiamentos da Rússia a candidatos que disputam as eleições de 25 de setembro.
Mais cedo, o secretário do governo para Segurança da República, Franco Gabrielli, já havia dito a um comitê do Parlamento que não há referências à Itália no relatório americano.
O documento em questão acusa Moscou de ter distribuído mais de US$ 300 milhões para partidos de mais de 20 países desde 2014.
Imediatamente, a deputada Giorgia Meloni e o senador Matteo Salvini, acusados por adversários de simpatizar com o regime de Vladimir Putin, saíram a público para dizer que nunca receberam dinheiro russo.
"Não esqueçamos que a democracia italiana é forte e não se deixa vencer por inimigos externos e por seus fantoches contratados. Devemos ter confiança e não ter medo de rumores", reforçou Draghi, reconhecendo, no entanto, que a Rússia "efetuou nos últimos anos uma contínua obra de corrupção em setores na Europa e nos EUA".
Ainda assim, o primeiro-ministro mandou uma indireta para políticos italianos simpáticos a Moscou. "Tem aquele que ama loucamente os russos, quer tirar as sanções e conversa escondido todos os dias com os russos? Sim, tem ele também, mas tem muita gente que não faz isso, a maioria dos italianos não o faz e não quer fazê-lo. Eu olho para a maioria dos italianos", disse.
Secretário do partido de ultradireita Liga, Salvini é um dos maiores críticos na Itália às sanções contra a Rússia e afirma que as punições são mais prejudiciais à economia italiana do que a Putin. (ANSA)
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