A abstenção dos italianos no Brasil bateu recorde nas eleições parlamentes de 25 de setembro e superou a marca de 70% do eleitorado, segundo dados definitivos divulgados pelo Ministério do Interior da Itália.
De acordo com a pasta, apenas 26,80% das pessoas habilitadas no Brasil votaram para a Câmara dos Deputados, e 26,96%, para o Senado.
Os números estão quase quatro pontos percentuais abaixo dos recordes negativos anteriores, registrados nas eleições de 2018: 30,60% (Câmara) e 30,71% (Senado).
O Brasil detém o segundo maior colégio eleitoral da América do Sul, com mais de 400 mil eleitores italianos, atrás apenas da Argentina, com mais de 700 mil. Para efeito de comparação, a afluência no país vizinho foi de 37,06% para a Câmara e de 34,80% para o Senado.
Em entrevista à ANSA, o senador ítalo-brasileiro Fabio Porta, eleito deputado nas eleições do último domingo (25), disse ter ficado "surpreso" com o alto índice de abstenção no Brasil.
"É um elemento que complicou os candidatos residentes no Brasil, porque a tendência é de a comunidade na Argentina votar mais. Infelizmente, confirmamos mais uma previsão", declarou o parlamentar, que passara sua campanha inteira tentando mobilizar o eleitorado em solo brasileiro.
"É um dado a ser examinado com calma para as próximas eleições", acrescentou Porta, que defende mudanças no sistema eleitoral dos italianos no exterior - atualmente, o voto é feito de forma antecipada e pelo correio.
Figuras bastante conhecidas dos italianos no Brasil, como o bicampeão de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi e o ex-embaixador Andrea Matarazzo, não conseguiram se eleger para o Senado, ambos derrotados pelo ítalo-argentino Mario Borghese.
Além de Porta e Borghese, os italianos da América do Sul serão representados pelo deputado Franco Tirelli, também proveniente da Argentina. Na Itália, a afluência às urnas foi de 63,91% para a Câmara e de 63,90% para o Senado, menores cifras já registradas no país em eleições parlamentares. (ANSA)
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