O líder do partido conservador Força Itália (FI), Silvio Berlusconi, afirmou nesta terça-feira (27) que o futuro governo do país não terá uma "deriva populista" ao assumir o poder.
A afirmação foi dada em uma entrevista ao jornal italiano "Corriere della Sera" e refere-se ao questionamento sobre os outros dois partidos que compõem o bloco de direita, que venceu as eleições no último domingo (25), os ultranacionalistas Irmãos da Itália (FdI), de Giorgia Meloni, e Liga, de Matteo Salvini.
"Não há risco de derivas populistas, o governo nem teria como começar assim e nós nem teríamos nos aliado com os outros dois partidos da nossa coalizão", disse o ex-premiê que foi eleito novamente senador.
Questionado sobre a provável indicação de Meloni como premiê, pelo fato do FdI ter sido o partido mais votado da coalizão, Berlusconi disse que a "apoiará lealmente nas consultas com o presidente da República" para formar um novo governo.
Sobre a líder ultranacionalista, o político ainda lembrou de quando ela foi ministra em seu governo e disse que "trabalhou muito bem". "Estou seguro que teremos com ela uma ótima colaboração", acrescentou ainda.
Ao ser perguntado sobre o fato do FI ter sido o partido menos votado dos três, ficando com cerca de 8% dos votos, Berlusconi afirmou que a sigla "terá o peso de uma força política numérica e politicamente decisiva".
O recém-eleito senador ainda ressaltou que o bloco de direita terá "as melhores relações internacionais com todos, mas os nossos pontos de referência serão a União Europeia e a Aliança Atlântica".
"Naturalmente, disso seremos garantidores. [...] Sobretudo daremos um forte impulso à presença internacional do nosso país que pode ser protagonista em consolidar a UE, cumprindo passos decisivos em direção à política externa e de defesa, em reforçar o diálogo leal e construtivo entre as duas pontas do Atlântico e em relançar a iniciativa política do Ocidente perante grandes desafios mundiais", pontuou ainda.
O bloco de direita obteve cerca de 44% dos votos nas eleições realizadas no domingo e foi seguido pelo centro-esquerda, liderado pelo Partido Democrático (PD), com 26%. O Movimento 5 Estrelas (M5S) ficou em terceiro com 15%.
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