Políticos de diversos partidos denunciaram nesta terça-feira (27) suspeitas de fraudes nas eleições parlamentares italianas na Argentina.
A Itália é um dos poucos países do mundo que destinam assentos no Parlamento para representantes de cidadãos residentes no exterior, incluindo duas vagas na Câmara e uma no Senado para a América do Sul.
Em uma coletiva de imprensa conjunta em Roma, os senadores Ricardo Merlo, do Movimento Associativo dos Italianos no Exterior (Maie, de centro) e Fabio Porta, do Partido Democrático (PD, de centro-esquerda), o deputado Mario Borghese (Maie) e o candidato derrotado ao Senado Marcelo Bomrad (Liga, de extrema direita) disseram que foram encontrados "milhares de certificados eleitorais" falsos em La Plata e Rosario, na Argentina.
Segundo Merlo, "cerca de 20 mil cédulas foram impressas fora dos consulados". "Por sorte, isso não influenciou o resultado final, mas queríamos dizer mesmo assim", acrescentou o senador, que não disputou a reeleição.
De acordo com ele, algumas cédulas estavam com a grafia "Camera dei Diputati", em vez de "Camera dei Deputati", como é o correto em italiano. O colégio eleitoral da América do Sul elegeu Borghese como senador e Franco Tirelli (Maie) e Porta, italiano radicado no Brasil, como deputados.
"Não podemos continuar com esse sistema. Cédulas impressas em gráficas clandestinas, comprovantes eleitorais inexistentes, fora os problemas de pessoas que não recebem as cédulas. Felizmente, eu fui eleito, mas isso não significa que esqueci das dificuldades e fraudes", disse Porta à ANSA na última segunda (26).
No início de janeiro, o ítalo-brasileiro já havia ganhado uma vaga no Senado por causa da cassação de Adriano Cario, acusado de fraude eleitoral. O voto dos italianos no exterior é feito de forma antecipada e pelos correios. (ANSA)
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