Os líderes de Alemanha e França, as duas principais economias da União Europeia, afirmaram nesta sexta-feira (21) que estão prontos para trabalhar com a futura premiê da Itália, Giorgia Meloni, deputada de extrema direita que substituirá o europeísta Mario Draghi no comando do governo.
"Estou pronto para trabalhar com Meloni e a encontrarei na mesa do Conselho Europeu", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, após uma reunião das lideranças europeias em Bruxelas.
O mandatário visitará Roma no início da semana que vem, mas não disse se pretende se reunir com Meloni, que deve receber o encargo de formar o governo nesta sexta, prestar juramento no domingo (23) e passar pelo voto de confiança do Parlamento na terça (25). "Quero respeitar a praxe", acrescentou Macron.
Já o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, garantiu que o país continuará tendo "uma colaboração muito boa" com a Itália e "no âmbito da União Europeia, perseguindo os objetivos comuns".
"Estamos todos juntos como nações europeias, e é essencial que nossas democracias colaborem. Não dá para arruinar as boas relações toda vez que tem uma troca de governo", ressaltou.
Com 45 anos de idade, Meloni venceu as eleições de 25 de setembro no comando de uma coalizão que ainda inclui Silvio Berlusconi e Matteo Salvini e terá ampla maioria no Parlamento.
Seu partido, o Irmãos da Itália, é herdeiro da extinta legenda pós-fascista Movimento Social Italiano (MSI), e a própria Meloni já expressou opiniões simpáticas a Mussolini em sua juventude. Hoje, no entanto, tenta se vender como uma líder moderada e responsável, tendo abandonado inclusive a proposta de tirar a Itália da zona de euro.
No poder, ela promete respeitar as regras orçamentárias da União Europeia e manter a política externa de Mario Draghi, incluindo o apoio incondicional à Ucrânia na guerra contra a Rússia.
Nos últimos dias, declarações de Berlusconi alinhadas ao Kremlin já criaram uma saia justa para Meloni, que deu um ultimato ao ex-premiê, afirmando que quem não se alinhar à UE e à Otan "não poderá fazer parte do governo". (ANSA)
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