Mykhailo Podolyak, principal conselheiro do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, usou as redes sociais nesta quinta-feira (20) para criticar o senador e ex-premiê italiano Silvio Berlusconi por "retomar relações" com o mandatário da Rússia, Vladimir Putin.
"Qualquer crise abre a estrada dos verdadeiros líderes. Enquanto o senhor Berlusconi está sob efeito da vodca russa em companhia dos 'cinco amigos de Putin' na Europa, Giorgia Meloni [provável futura premiê] demonstra quais são os verdadeiros princípios e a compreensão dos desafios globais. Cada um escolhe a própria estrada", escreveu em italiano.
Qualsiasi crisi apre la strada ai leader veri. Mentre il signor #Berlusconi è sotto l'impressione di ru-vodka in compagnia "cinque amici di Putin" in Europa, @GiorgiaMeloni dimostra quali sono i veri principi e la comprensione delle sfide globali. Ognuno sceglie la propria strada
— ??????? ??????? (@Podolyak_M) October 20, 2022
A mensagem de Podolyak refere-se a um discurso fechado feito pelo líder do Força Itália (FI) a um grupo deputados da sigla nesta semana e que foi divulgado pelo portal "La Presse".
Nos áudios, Berlusconi acusa Zelensky de ter bombardeado a área do Donbass e feito com que Putin atacasse o país vizinho e diz que retomou as relações com o mandatário russo por conta de seu aniversário, tendo recebido 20 garrafas de vodca e uma carta "muito doce". Além disso, afirmou aos correligionários que o chefe do Kremlin disse que ele é um "dos cinco amigos" que têm na política.
As falas atingiram em cheio a formação do futuro governo italiano, já que o FI é um dos três partidos da base que vai indicar Giorgia Meloni como nova premiê italiana. Além dos conservadores, fazem parte da coalizão de direita o Irmãos da Itália (Fdi), que venceu as eleições de setembro, e o Liga, de Matteo Salvini - ambos ultranacionalistas.
Porém, diferentemente de seus dois aliados mais próximos, Meloni sempre condenou publicamente a guerra iniciada por Putin na Ucrânia - tanto os ataques como as anexações unilaterais - e confirmou a manutenção do apoio italiano a Kiev em mensagens para Zelensky.
A Itália, sob o comando do premiê demissionário, Mario Draghi, é uma das principais vozes dentro da União Europeia na defesa da Ucrânia, no envio de armamentos e na imposição de duras sanções contra Moscou.
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