Cotado para se tornar o próximo ministro das Relações Exteriores da Itália, o ex-presidente do Parlamento Europeu Antonio Tajani garantiu nesta quinta-feira (20) que é "totalmente a favor" da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e contra a invasão da Rússia à Ucrânia.
Tajani é coordenador nacional do partido conservador Força Itália (FI), sigla fundada e presidida por Silvio Berlusconi, e veio a público após o ex-premiê ter criado uma saia justa para a futura coalizão de governo devido às suas posições alinhadas ao Kremlin.
"Estou aqui para confirmar mais uma vez a posição do meu partido, minha posição pessoal e a posição do líder do meu partido [Berlusconi] totalmente a favor da Otan e das relações transatlânticas, a favor da Europa e contra a inaceitável invasão russa à Ucrânia", disse o político italiano em Bruxelas, antes de uma reunião do Partido Popular Europeu (PPE).
O Força Itália integra a coalizão vencedora das eleições parlamentares de 25 de setembro e será crucial para Meloni ter maioria na Câmara e no Senado para governar.
No entanto, as posições de Berlusconi sobre a guerra russo-ucraniana criaram constrangimento para a futura premiê, que vem tentando se vender como uma líder moderada e alinhada à Otan e à União Europeia.
Além de ter "retomado relações" com Vladimir Putin, seu amigo de longa data, Berlusconi disse a deputados do FI que o presidente russo foi pressionado a iniciar a guerra devido a supostos aumentos dos ataques da Ucrânia contra as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk.
Após a divulgação das declarações, a oposição afirmou que Tajani, aliado mais próximo de Berlusconi e coordenador de seu partido, não tem condições de assumir o Ministério das Relações Exteriores, que é uma das pastas exigidas pelo ex-premiê para apoiar Meloni.
"As palavras de Berlusconi confirmam que o Força Itália não é um partido confiável e está claramente ao lado da Rússia. Tajani não pode se tornar ministro das Relações Exteriores", criticou o líder do partido de centro Ação, Carlo Calenda, na última quarta (19).
Meloni, por sua vez, deu um ultimato a Berlusconi e afirmou que quem não se alinhar à UE e à Otan "não poderá fazer parte do governo". (ANSA)
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