(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, se reuniram em Roma nesta segunda-feira (30) e debateram as questões ligadas à migração ao continente europeu.
"Sobre as migrações, é preciso avançar com urgência para soluções europeias em um problema que é europeu, como a Itália defende há anos. Estamos afirmando a consciência de que a UE pode e deve intervir partindo da defesa das fronteiras externas e há a consciência que a Itália não pode governar sozinha em temas como esse. Para ninguém serve se dividir sobre o tema porque isso seria um presente para os traficantes de seres humanos", disse Meloni em coletiva de imprensa após a reunião.
A chefe do governo italiano ainda reforçou que o bloco deve ter um compromisso com a África, dizendo que é preciso trabalhar com os governos dos países do continente "antes que as pessoas cheguem às fronteiras europeias".
"É preciso reforçar a cooperação com os países de origem e os fluxos migratórios. A Itália está fazendo a sua parte. O compromisso com a África deve ser de toda a Europa e sobre isso é importante ter um ponto de contato. Deve-se e pode-se melhorar a ação europeia em termos de repatriação", pontuou.
Meloni ainda elogiou Michel "por mostrar atenção à posição italiana" sobre o assunto, que deve ser um dos principais temas de debate na próxima cúpula do Conselho Europeu, entre 9 e 10 de fevereiro.
Por sua vez, o presidente do Conselho parabenizou a líder italiana por ter completado 100 dias à frente do Executivo neste domingo (29).
"Depois de 100 dias de responsabilidade desse governo, queria dar minhas melhores felicitações à premiê e agradecer pela cooperação muito franca, direta e sincera em nível europeu ocorrida nos últimos meses, baseada nos interesse italianos, mas também com a vontade de proteger a União Europeia", afirmou.
Ainda conforme Michel, "quando a União Europeia está bem, a Itália também está".
Ucrânia e fundo soberano
Meloni também destacou em sua fala que será importante que o bloco reafirme seu apoio "constante e forte" à Ucrânia na reunião do Conselho de fevereiro. Mesmo tendo assumido a função de premiê só em outubro, a política manteve a linha de defesa de Kiev adotada por seu antecessor, Mario Draghi.
Já Michel abordou outro ponto ligado à invasão russa na Ucrânia, a crise energética. Segundo o líder, as decisões que serão tomadas na reunião do Conselho "serão decisivas para os próximos 10 anos".
"A União Europeia tem uma carta vencedora, um tesouro construído com paciência: o seu mercado interno. É uma força econômica compartilhada e precisamos defendê-lo", pontuou.
Além disso, a premiê italiana foi questionada sobre outro tema que será debatido, a implementação de um fundo soberano europeu.
"A Europa deve proteger as suas empresas e deve fazer isso com coragem. A posição italiana significa, sobretudo, flexibilidade sobre os fundos já existentes. É preciso cautela no relaxamento das regras sobre as ajudas aos Estados-membros. O objetivo é sustentar as empresas sem correr o risco de enfraquecer o mercado único. É preciso coragem para criar instrumentos como um fundo soberano europeu", ressaltou.
A premiê, porém, reconhece que o debate entre os 27 países que fazem parte do bloco "não será fácil" , mas reforçou que acredita ser "importante seguir nessa direção".
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