(ANSA) - O navio Ocean Viking, da ONG SOS Méditerranée, atracou neste sábado (18) em Ravenna, na costa adriática da Itália, com 84 pessoas socorridas no Mar Mediterrâneo Central, incluindo 58 menores de idade.
Por designação das autoridades italianas, o desembarque ocorreu a mais de 1,5 mil quilômetros do local do resgate, algo incomum para operações de busca e socorro no mar, mas que faz parte das novas diretrizes do governo da premiê Giorgia Meloni.
Today 84 survivors, incl 59 unaccompanied minors onboard #OceanViking finally reached the distant port of #Ravenna after +1500km of navigation. We are relieved they reach safety & get the medical care & assitance needed on land after such a traumatic experience at sea & in #Libya pic.twitter.com/7a8rtvfAnL
— SOS MEDITERRANEE (@SOSMedIntl) February 18, 2023
Segundo a administração regional da Emilia-Romagna, que é comandada pela oposição, o desembarque dos migrantes ocorre sem incidentes.
"Mais uma vez, a Emilia-Romagna está fazendo sua parte para acolher pessoas exaustas por dias de navegação", disse o governador de centro-esquerda Stefano Bonaccini, que questionou a opção do governo Meloni de indicar Ravenna como porto seguro, "obrigando o navio a fazer uma rota distante de onde presta socorro".
Para as ONGs do Mediterrâneo, essa nova abordagem da Itália tem como objetivo reduzir o tempo de navios humanitários no mar, diminuindo também, por consequência, o número de migrantes socorridos e levados para solo italiano.
A gestão Meloni, por sua vez, alega que quer aliviar o sul do país do peso do primeiro acolhimento a deslocados internacionais.
De acordo com o Ministério do Interior, a Itália já recebeu 9.254 migrantes forçados via Mediterrâneo em 2023, cifra quase 120% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. (ANSA)
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