(ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (11), na Índia, que quer concluir o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, mas ressaltou que as negociações devem ser interrompidas caso não avancem neste semestre.
"Eu disse que quero fazer o acordo, quero fazer uma reunião em que os presidentes estejam presentes para decidir. E dizer: 'Quer ou não quer?'. Sempre tentam passar a ideia de que é o Brasil que não quer, de que é a Argentina que não quer, de que é o Mercosul que não quer. Não, nós queremos e nós precisamos", afirmou Lula antes de embarcar para Brasília.
No entanto, o presidente ressaltou que o Mercosul quer ser tratado em "igualdade de condições". "Acordo comercial é uma via de duas mãos. Eu compro e eu vendo. Eu valorizo o meu e ele valoriza o dele. Nós temos que chegar a um ponto de equilíbrio e, na minha opinião, nós temos que chegar, nesses próximos meses, a um acordo. Ou sim ou não. Ou fazer acordo ou parar de discutir, porque 22 anos ninguém acredita mais", disse.
A entrevista foi dada após a participação de Lula no G20, onde ele se reuniu com os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e da França, Emmanuel Macron.
"Eu estou com vontade de fazer o acordo enquanto eu sou presidente do Mercosul. Nós recebemos uma carta adicional, que foi recusada porque ela dizia que ia fazer sanções contra o Brasil ou contra o Mercosul se a gente não cumprisse determinadas questões ambientais. A gente não aceita ameaças de sanções e a gente não aceita a ideia das compras governamentais. Compras governamentais são um instrumento de política industrial de cada país. Foi assim nos Estados Unidos, foi assim na Alemanha e será assim no Brasil", declarou.
Segundo o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, negociadores da UE viajarão a Brasília em 21 de setembro para tentar avançar nas negociações, mas antes haverá uma reunião preparatória virtual entre delegações dos dois blocos no dia 15. (ANSA)
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