As principais associações agroalimentares da Itália enviaram nesta sexta-feira (11) para a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, uma carta expressando profunda preocupação em relação ao acordo entre União Europeia e Mercosul.
A nota conjunta, que foi assinada por sete entidades, entre elas a Confederação Nacional dos Cultivadores Diretos (Coldiretti), diz que o pacto "teria efeitos em todo o setor agroalimentar europeu e italiano".
"Na área do Mercosul, existem regras muito menos rigorosas sobre a utilização de pesticidas e técnicas de produção. Basta lembrar que só o Brasil quadruplicou o uso de pesticidas nos últimos 20 anos", comentaram as associações.
Além disso, o texto destaca os princípios ativos utilizados no Mercosul, muitos dos quais são proibidos na UE.
Uma outra questão crítica levantada pelas associações diz respeito à pecuária, onde antibióticos são utilizados como promotores de crescimento, uma prática vetada na Europa desde 2006.
"Tudo isso poderá gerar consequências nefastas para nosso tecido produtivo. O governo precisa se opor até que sejam introduzidos os princípios de reciprocidade e regras comuns para a cadeia de abastecimento agroalimentar, necessários não só para proteger as empresas italianas, mas também para proteger os trabalhadores e garantir um trabalho ético", conclui a nota.
As empresas da nação europeia acreditam que vão ser penalizadas por uma concorrência desleal que favorece um nivelamento dos custos.
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