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Vaticano espera que prisão de cardeal não afete acordo com China

Vaticano espera que prisão de cardeal não afete acordo com China

Prelado católico foi detido em Hong Kong e solto pouco depois

VATICANO, 13 maio 2022, 10:31

Redação ANSA

ANSACheck

Fiel com bandeira da China em frente à Basílica de São Pedro, Vaticano - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

O Vaticano disse nesta sexta-feira (13) que espera que a prisão de um influente cardeal católico em Hong Kong não prejudique as negociações para a renovação de um acordo referente à nomeação de bispos na China.

"O desejo mais concreto é de que essas iniciativas não compliquem o já complexo caminho de diálogo entre a Santa Sé e a igreja na China. Mas não acho que se deva interpretar nessa direção", afirmou o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, durante um evento em Roma.

A declaração chega dois dias após a polícia de Hong Kong ter detido o cardeal Joseph Zen, de 90 anos de idade, com base na lei de segurança nacional imposta pela China em junho de 2020.

Zen foi preso por participar de um fundo de assistência para organizadores dos protestos pró-democracia de 2019, mas acabou libertado poucas horas depois, mediante pagamento de fiança.

"Esse caso me desagradou muito. Gostaria de expressar minha proximidade ao cardeal Zen, que foi liberado e tratado bem", acrescentou Parolin.

Zen é uma das vozes pró-democracia mais conhecidas de Hong Kong e também já criticou o Vaticano por negociar um acordo de nomeação de bispos com a liderança comunista da China. O tratado está em vigor desde 2018, mas vence no próximo mês de outubro, e os dois lados conversam para estendê-lo.

Os termos exatos do acordo permanecem sob sigilo, mas sabe-se que ele permitiu ao Vaticano recuperar papel ativo na nomeação de bispos na China, que até então eram escolhidos à revelia do Papa.

Os dois países romperam relações diplomáticas em 1951, quando a Santa Sé reconheceu a independência de Taiwan, que ainda é visto por Pequim como uma "província rebelde".

Durante décadas, católicos chineses viveram divididos entre uma conferência de bispos escolhida pelo Partido Comunista e um braço da Igreja Apostólica Romana que atuava na clandestinidade.

Até o momento, o pacto já levou à aprovação de seis ordenações episcopais em comum acordo entre Pequim e o Vaticano. (ANSA)

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