O papa Francisco enviou uma carta ao arcebispo da cidade de La Plata, monsenhor Victor Manuel Fernandez, para expressar sua gratidão por um ato realizado na catedral de Buenos Aires e apontar a "polarização agressiva" vivida na Argentina.
"Há muito o que fazer na Argentina para que todos possam viver da dignidade do trabalho e porque não há cidadãos de segunda classe. Mas com uma polarização agressiva, nada de importante ou estável será alcançado", declarou o Pontífice.
Datado em 1º de outubro e divulgado nesta terça-feira (4), o documento diz respeito a uma cerimônia de reconhecimento de Jorge Bergoglio realizada no último dia 29 de setembro por Fernandez, na capital argentina, com dirigentes do partido no poder e da oposição.
"A minha alma consola-me que a minha pessoa tornou possível aquele momento de comunhão, de encontro para além das diferenças, porque às vezes estas pequenas 'tréguas' impedem que a violência e os confrontos avancem", disse o argentino, lembrando que "isso nunca faz bem a um país e acaba prejudicando, sobretudo, aqueles que mais sofrem".
Na carta divulgada pelo arcebispo em sua conta no Twitter e publicado pelo jornal Clarín, o líder da Igreja Católica destaca a presença de "setores de todas as cores da política, outras confissões religiosas, pessoas da educação, cultura, negócios e justiça", junto com "os trabalhadores, os mais humildes e os pobres que caminharam como movimentos sociais, sustentados por sua fé".
"Juntos eles formaram uma bela imagem", enfatiza o Papa.
Paralelamente, Francisco excluiu uma possível visita à Argentina, pelo menos a curto prazo. "Agora tenho uma dívida com o mundo inteiro e ainda tenho que visitar muitos grandes países, especialmente alguns que nunca receberam a visita de um Papa, mas sempre carrego minha Argentina no coração ", concluiu.
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