(ANSA) - O artista português conhecido como Bordalo II causou polêmica ao promover nesta quinta-feira (27) uma instalação artística em protesto contra a realização da Jornada Mundial da Juventude 2023, marcada para ocorrer em Lisboa a partir do dia 1º de agosto.
Disfarçado de funcionário, ele entrou no palco do parque Eduardo VII, onde acontecerá a missa de abertura do evento, e desenrolou o chamado "tapete da vergonha" sobre os degraus, ilustrado com grandes notas de 500 euros, em referência aos gastos para a realização do evento.
"Em um Estado laico, no momento em que tantas pessoas lutam para manter as suas casas, o seu trabalho e a sua dignidade, decide investir-se milhões do dinheiro público para patrocinar a tour da multinacional italiana. Habemus Pasta", escreveu Bordalo II na legenda da foto da instalação publicada nas redes sociais.
A controvérsia sobre os custos da JMJ explodiu em Portugal no início deste ano, quando a imprensa local divulgou que só o altar da missa final de 6 de agosto, que será celebrada pelo papa Francisco, custaria mais de 4 milhões de euros (R$ 20,8 milhões).
Segundo as últimas prestações de contas divulgadas pelo governo, o orçamento caiu cerca de 30%, para 2,9 milhões de euros (R$ 15 milhões).
Os organizadores e o prefeito de Lisboa, Carlos Moedas, argumentam que os investimentos levarão a grandes retornos econômicos graças à grande quantidade de turistas esperada na capital portuguesa.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA