(ANSA) - A edição de 2023 da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), maior encontro religioso do mundo, começou oficialmente nesta terça-feira (1º) em Lisboa e promete reunir milhares de jovens na capital de Portugal até o próximo dia 6 de agosto.
O evento religioso contará com a presença do papa Francisco, que desembarcará na cidade nesta quarta-feira (2) e se tornará o sétimo líder da Igreja Católica a pisar no território português.
De acordo com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o Pontífice "nutre muitas expectativas para esta próxima JMJ em Lisboa, e em várias mensagens de vídeo já convidou os jovens a se juntarem a ele nesta peregrinação e a se prepararem para este evento eclesial, especialmente na oração.
O cardeal reforçou que o Papa rezou para todos os jovens que já partiram para Lisboa nos últimos dias, na convicção, na consciência de que estes encontros têm em si uma grande força, até mesmo a força de mudar a vida de alguns.
Falando do evento, que segundo as expectativas dos organizadores vai contar com 1 milhão de jovens em Portugal, Parolin comentou que a "escolha de João Paulo II, que 'inventou' este encontro juvenil, foi sem dúvida uma intuição profética, que dizia precisamente que a Igreja quer acompanhar os jovens para lhes anunciar o Evangelho, para facilitar o seu encontro com Cristo.
"A Igreja deve sentir-se cada vez mais empenhada, a nível global, em favor da juventude, em favor de suas ansiedades e preocupações, de suas esperanças e também para corresponder às suas expectativas", concluiu Parolin.
Por sua vez, Francisco pediu orações para sua viagem a Portugal por ocasião da JMJ em uma publicação no Twitter. "À Virgem Maria, estrela luminosa do caminho cristão, tão venerada em Portugal, confio os peregrinos da JMJ e todos os jovens do mundo", escreveu.
Hoje, a missa de abertura da JMJ será presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, em um dos principais parques do município e deve reunir 300 mil fiéis, enquanto que uma concentração superior é esperada na missa final, no próximo domingo (6), quando Francisco comandará a cerimônia.
A agenda do argentino prevê ainda um encontro com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio Nacional de Belém na quarta; uma reunião com autoridades, sociedade civil e o corpo diplomático, além de uma visita à Nunciatura Apostólica ao lado do premiê português.
Já na quinta-feira (3), o Pontífice se reunirá com estudantes, na Universidade Católica Portuguesa, e com jovens de Scholas Occurrentes. Na sequência, irá à cerimônia de acolhimento na Colina do Encontro, no parque Eduardo VII.
No dia seguinte, Francisco fará confissões, visitará representantes de centros de assistência, almoçará com jovens e encerrará os compromissos de sexta (4) com uma via-sacra.
O sábado (5) ficará marcado pela viagem do religioso ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima, na cidade de Fátima, onde recitará o terço com jovens doentes na capelinha das aparições. Em seguida, ele retornará para Lisboa e participará de um encontro privado com os membros da Companhia de Jesus e de uma vigília.
Por fim, Jorge Bergoglio celebrará a santa missa para o Dia Mundial da Juventude, no dia 6 de agosto, além de encontrar voluntários da JMJ e ir à uma cerimônia de despedida. A previsão é que ele desembarque em Roma por volta das 22h15 (horário local).
Protesto -
O evento religioso também contará com diversos protestos ao longo dos dias, incluindo um contra o flagelo do abuso infantil por parte da Igreja. Associações vão instalar um enorme cartaz "contra o cancelamento das vítimas de abuso da agenda midiática do evento católico global que se celebra em Portugal", revelou a imprensa local.
O grupo de "cidadãos de diferentes credos" responsável pela iniciativa diz não querer comparecer, mas sim "dar voz às vítimas". Os cartazes serão em inglês "para que possam ser compreendidos pelo maior número de pessoas possível".
A iniciativa "Este é o nosso memorial" será realizada após a publicação de um relatório sobre os abusos na Igreja Católica em Portugal e depois que as autoridades religiosas abandonaram a ideia de erguer um memorial em homenagem às vítimas durante a JMJ.
Segundo os organizadores, "às vésperas da JMJ, a Igreja Católica portuguesa parece querer fazer de conta que não existe este relatório de abusos".
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