(ANSA) - A produção de vinho Prosecco enfrenta a colheita "mais difícil em mais de 40 anos", segundo o consórcio responsável pela bebida com selo de denominação de origem controlada (DOC).
"Creio que possa afirmar que essa é a vindima [colheita da uva] mais difícil que eu me lembro, portanto dos últimos 40 anos, por causa do mau tempo, dificuldades para encontrar pessoal e fatores como pouco açúcar à disposição e baixa acidez, com uma limitada produção", descreveu Sandro Bottega, presidente da Bottega, produtora de Prosecco.
A colheita ocorre em Treviso, na região do Vêneto, nordeste da Itália.
"Uma das soluções é a vindima manual para recolher o melhor da planta, porque depois não é mais preciso estressar os ramos e são recolhidos só os melhores cachos. Mas a maior parte do trabalho precisa ser feita na cantina, com a seleção das uvas e técnicas enológicas que façam com que cheguem aos níveis qualitativos de sempre", prosseguiu Bottega.
Entre as técnicas está o uso de madeira para o envelhecimento, com adição de levedos capazes de extrair o melhor das uvas que sofreram com eventos climáticos.
Para o especialista, é preciso considerar que em 2022 as uvas passaram por estresse hídrico e ainda não se recuperaram totalmente.
A situação, porém, varia de acordo com o tipo de uva: "As precoces como Pinot Nero e Chardonnay provavelmente darão resultados melhores, e o Prosecco rosé se beneficia disso, por exemplo".
"Já sobre o Glera, variedade de uva branca, componente base do Prosecco, os testes serão sobre a longevidade dos vinhos que queremos obter, graças a produções reduzidas que permitirão elevar a qualidade", declarou Bottega.
Por fim, o principal gargalo do setor é o atendimento à demanda de exportação do vinho: "Para que possamos sobreviver, será preciso elevar a imagem de um produto que sofreu aumentos fortes de custo".
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