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Ópera italiana vira lenda indígena em enredo no Carnaval de SP

Ópera italiana vira lenda indígena em enredo no Carnaval de SP

'Aysú' é a versão da Tom Maior para história de Orfeu e Eurídice

SÃO PAULO, 14 dezembro 2023, 12:28

Redação ANSA

ANSACheck

Cartaz oficial do enredo da Tom Maior 2024 (Foto: Divulgação) - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

A partir da ideia de que as mitologias de todas as civilizações têm elementos em comum, a escola de samba Tom Maior, do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo, vai levar para a avenida em 2024 o enredo "Aysú - Uma história de amor", adaptação indígena do mito de Orfeu e Eurídice.

A tragédia grega foi eternizada por uma ópera italiana considerada a mais antiga ainda em execução, além de primeira obra-prima do gênero e uma das primeiras a ser catalogada: "L'Orfeo", de Claudio Monteverdi, escrita em 1607 para uma encenação no Carnaval de Mântua.

"A ideia veio através de uma adaptação de Vinicius de Moraes, 'Orfeu da Conceição' [peça em que a história se passa nas favelas cariocas]. Me questionei: por que não fazer uma adaptação para a vertente dos povos originários, já que as mitologias se fundem? Analisando bem, todas se assemelham na inspiração das divindades. Tivemos um leque rico para reinventar a história", contou Flávio Campello, carnavalesco em seu terceiro ano pela Tom Maior, em entrevista à ANSA.

Na adaptação, Orfeu será Abaeté, nome que significa "coragem" em tupi-guarani, e trocará a tradicional lira (coincidentemente, o símbolo do pavilhão da Tom Maior) por uma flauta, instrumento icônico para diversas culturas indígenas. Já sua amada, Eurídice, será Anahi.

Se na versão helênica a ninfa é picada por uma víbora e levada ao mundo dos mortos governado por Hades, Anahi é vítima da boiúna, a cobra-grande do mito amazônico, e levada para o submundo de Anhangá e Ticê.

Na história original, com sua paixão e música, Orfeu convence os deuses do Tártaro a devolver sua amada, com a condição de que ele não olhe para trás para ver se ela está o acompanhando até chegar ao mundo superior. Desconfiado, ele desobedece, e Eurídice é arrastada definitivamente ao mundo dos mortos.

"Mas a gente quis dar um final feliz, e o Carnaval nos dá essa licença poética. Com a perda, nosso Abaeté perde o encanto pela musicalidade, mas sua flauta mantinha o equilíbrio do planeta e entre os povos. Sem ela, o mundo entra em caos. Então, Monã [deus criador na mitologia tupi-guarani] pergunta a Abaeté se ele gostaria de restabelecer a harmonia", explicou Campello.

"Para isso, ele promete que Abaeté viverá eternamente com Anahi no Ybymarã, que, para o povo tupi-guarani, é um lugar sem males, o paraíso. Simboliza o final feliz para o qual todos nós sempre torcemos em todo romance", acrescentou.

O objetivo do enredo, segundo o carnavalesco, é "conscientizar sobre a valorização das culturas e contra a intolerância cultural e religiosa". "Lembramos que o amor e a música são as armas que precisamos para viver em harmonia.

Queremos fazer com que as pessoas ponham a mão na consciência e percebam que todos têm o que é necessário para transformar o mundo, e que é preciso buscar o Ybymarã", afirmou.

Tudo isso está presente no samba-enredo composto por Gui Cruz, Turko, Portuga, Rafa do Cavaco, Imperial, Fabio Souza, Anderson, Willian Tadeu e Vitor Gabriel, considerado pela mídia especializada como um dos melhores da safra e que culmina no refrão "Ecoa na aldeia, um canto Parajá/Em Tom Maior, bate o meu mangará [coração em tupi-guarani]/É Aysú [amor] quando vejo o seu sorriso/Ybymarã, meu sonhado paraíso".

Campello contou que a inspiração pedida pela escola para a música foi a ópera de Monteverdi: "Queríamos que tentassem, através da melodia e da letra, esboçar o que uma ópera tem, a característica de transmitir o que acontece em cada momento da história, felicidade, tristeza, agonia, ser para cima onde precisa ser, para baixo onde vem a melancolia".

Além de considerar o enredo um dos melhores de sua carreira de 25 anos como carnavalesco, Campello apostou com "Aysú" na chance de fazer da Tom Maior, fundada em 1973, campeã da elite do Carnaval paulista pela primeira vez em sua história.

"As inspirações são referências belíssimas, como a própria Itália, onde nasce a ópera. Outra inspiração é o filme [ítalo-franco-brasileiro] 'Orfeu Negro', dirigido por Marcel Camus, que levou um Oscar de melhor filme estrangeiro em 1960.

Tem também o filme de 1999 de Cacá Diegues. Com tudo isso, o mito já é genuinamente brasileiro", afirmou.

Entre as apostas plásticas para cumprir a missão, o carnavalesco, que também é especializado em cenografia, promete um abre-alas de 60 metros de comprimento simbolizando o Yby [Terra] original, que seria o planeta nativo antes do homem branco; e uma boiúna de quase 30 metros.

Após alcançar o sexto lugar em 2023, a Tom Maior será a segunda agremiação a desfilar no sábado de Carnaval em 2024, em 10 de fevereiro.
   

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