(ANSA) - Milhares de artistas, instituições e entidades culturais pediram nesta terça-feira (27) a exclusão de Israel da próxima Bienal de Arte de Veneza, que acontece entre 20 de abril e 24 de novembro.
A solicitação está em uma carta com mais de 8 mil signatários enviada à direção da Fundação da Bienal. "É inaceitável hospedar um Estado empenhado nas atrocidades em curso contra os palestinos em Gaza", diz o documento, que chama o pavilhão israelense no evento de "pavilhão do genocídio".
A carta ainda lembra que a África do Sul foi proibida de participar da Bienal de Arte durante o Apartheid, regime de segregação racial que vigorou entre 1948 e 1994, e que os organizadores condenaram "a inaceitável agressão militar da Rússia [contra a Ucrânia]" e se negaram a colaborar com apoiadores da invasão.
Ao mesmo tempo, os artistas criticam o "silêncio" da Bienal de Veneza sobre "as atrocidades de Israel contra os palestinos".
"Estamos chocados com esse duplo padrão. Qualquer trabalho que represente oficialmente o Estado de Israel constitui uma aprovação de suas políticas genocidas. Não existe liberdade de expressão para poetas, artistas e escritores palestinos assassinados, calados, encarcerados e torturados", diz a carta.
A Bienal de Veneza ainda não se pronunciou sobre o pedido. A 60ª edição da exposição artística tem o brasileiro Adriano Pedrosa como curador e será focada no tema "estrangeiros". (ANSA)
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