Conhecido mundialmente por seus feitos nos gramados, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, também teve uma breve passagem pela política.
Em 1995, o recém-eleito presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) nomeou o ex-jogador como ministro do Esporte, função que ele exerceria até abril de 1998.
Durante seu período no cargo, Pelé propôs e conseguiu a aprovação de um projeto que mudaria para sempre a história do futebol brasileiro, apesar da oposição de dirigentes esportivos e até da Fifa.
A chamada "Lei Pelé", também conhecida como "Lei do Passe Livre", extinguiu a figura do passe, instrumento que prendia o jogador aos times mesmo quando eles não estavam mais sob contrato e não recebiam mais salário.
Com a Lei Pelé, os atletas passaram a ficar automaticamente livres para defender outros clubes após o fim de seus vínculos contratuais. Os defensores do projeto afirmam que ele deu mais liberdade para os jogadores, que antes não tinham poder de decisão sobre seu futuro.
Já os críticos alegam que a Lei Pelé aumentou o poder dos empresários e enfraqueceu os clubes.
"Quando aceitei trabalhar com Fernando Henrique Cardoso como ministro do Esporte, eu aceitei porque achava que era o momento de ajudar o Brasil e tal, e graças a Deus deu tudo certo, foi maravilhoso para mim", disse Pelé em um documentário lançado em 2021 pela Netflix.
Apesar desse período como ministro, o ex-craque sempre buscou se manter afastado da política, postura que lhe rendeu críticas por ele ter ficado em silêncio diante dos crimes da ditadura militar (1964-1985), que tentava usar a seleção brasileira como instrumento de propaganda.
No documentário, Pelé reconhece que "sabia" que existiam torturas contra presos políticos na época, mas ressalta que os jogadores "não tinham certeza das coisas".
"Eu quero o melhor para o Brasil. Não posso mudar a lei. O pessoal às vezes confunde e vem cobrando coisas que não estão ao meu alcance. Eu posso até falar, como a gente defende o Brasil e às vezes critica alguns políticos, agora, resolver o problema, nós não vamos", afirma o ex-craque no filme.
Já depois da redemocratização, Pelé sempre manteve relações cordiais com os presidentes, evitando entrar em temas polêmicos. (ANSA)
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