Mais de 10 mil pessoas marcham em direção a La Paz, capital da Bolívia, nesta segunda-feira (16) para pedir a renúncia do atual presidente Luis Arce, movimento que tem apoio do ex-chefe de Estado Evo Morales, a quem o atual líder acusa de "golpismo".
Durante um discurso televisivo, Arce afirmou que Morales tenta dar um "golpe de Estado" por meio das marchas de hoje, que buscam interromper o seu mandato a "qualquer custo".
"Tenho a responsabilidade histórica de denunciar perante o país e o mundo o que poderá acontecer nos próximos dias na Bolívia por sua causa [Evo Morales]. Nos próximos dias, haverá uma marcha que depois bloqueará as estradas federais e terminará com uma tentativa de golpe contra um governo popular. Algo sobre o qual, mais cedo ou mais tarde, [Morales] deverá prestar contas ao nosso povo", declarou Arce.
Morales, que foi presidente do país entre 2006 e 2019, se defendeu das acusações do atual presidente. "Luis Arce não está apenas desesperado, mas também confuso", escreveu o ex-líder nas redes sociais.
"A mensagem lançada para manipular a opinião pública e me colocar como o responsável pelos protestos organizados pelos movimentos sociais não está à altura do cargo que [Arce] ocupa", acrescentou.
Os dois líderes de esquerda são protagonistas há mais de um ano de um embate pelo controle do partido Movimento ao Socialismo (MAS) em vista das eleições presidenciais de 2025.
Morales acusa Arce de querer impedi-lo de concorrer a um novo (quinto) mandato presidencial, enquanto parte da população culpa o atual chefe de Estado pela crise econômica que assola a Bolívia.
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