Mais de 16,7 mil crianças morreram e ao menos 6 mil menores ficaram feridos na Faixa de Gaza entre 7 de outubro de 2023, data que marca o início da guerra entre o Hamas e Israel, a 10 de setembro deste ano.
Os dados divulgados nesta sexta-feira (20) pelo Comitê dos Direitos da Criança das Nações Unidas revelaram que milhares de meninos e meninas "foram mortos sob os escombros".
"Um número extremamente elevado de crianças em Gaza continua a morrer, a ser mutilado, ferido, desaparecido, deslocado, a ficar órfão e ser vítima da fome, da desnutrição e de doenças", destacou o órgão da ONU.
No documento divulgado, o comitê também expressou uma grande preocupação "pela impunidade da qual gozam as forças armadas e de segurança responsáveis pelas mortes e ferimentos em menores, pela falta de informações sobre o número de investigações, acusações e condenações relativas a esses casos em 7 de outubro de 2023".
O órgão também denunciou "as prisões arbitrárias e a detenção prolongada de um grande número de crianças palestinas pelas forças israelenses, em sua grande maioria, sem acusação, julgamento, acesso à representação legal ou contato com familiares".
O relatório apela ainda pelo "fim imediato à detenção arbitrária e administrativa das crianças, pela libertação de todas as crianças palestinas que foram presas arbitrariamente e a abolição do sistema de detenção e uso da tortura e dos maus-tratos contra menores em todas as fases do processo judiciário".
Paralelamente, o vice-diretor do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Ted Chaiban, afirmou que "muitas crianças que sofrem de leucemia e outros tipos de doenças tumorais necessitam de evacuação imediata.
Em missão a Israel, Faixa de Gaza e Cisjordânia, Chaiban lembrou que no enclave palestino "continuam os ataques devastadores contra escolas, hospitais e locais de deslocamento, com mais de 14 mil crianças mortas".
"Desde janeiro a extensão da destruição e do sofrimento das crianças aumentou consideravelmente. O número total de pessoas deslocadas passou de 1,7 para 1,9 milhão de pessoas. Nenhum lugar é seguro na Faixa de Gaza", acrescentou.
Por fim, o Unicef apelou novamente por um cessar-fogo e pela libertação incondicional dos reféns. "A destruição contínua de Gaza e a escalada da violência na Cisjordânia não trarão paz nem segurança à região. Isto só pode ser alcançado com uma solução política negociada, que dê prioridade aos direitos e ao bem-estar desta e das futuras gerações de crianças israelenses e palestinas", concluiu Chaiban.
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