(ANSA) - O novo governo da Argentina, liderado pelo presidente ultraliberal Javier Milei, anunciou um pacote de medidas que prevê "tolerância zero" contra manifestantes que bloqueiam as ruas e pontes do país durante protestos e impedem o tráfego.
O protocolo foi divulgado na última quinta-feira (14) pela ministra de Segurança Nacional da Argentina, Patricia Bullrich, e ameaça prender em flagrante os chamados "piqueteros" que impedem a circulação total ou parcial da população.
A decisão faz parte do plano do governo Milei de se preparar para enfrentar uma possível temporada de protestos contra o drástico programa de reorganização econômica, que inclui a desvalorização de cerca de 50% da moeda e um pacote de fortes cortes nas despesas públicas.
"É hora de acabar com essa metodologia de protesto que a única coisa que consegue é gerar desordem absoluta e penaliza aqueles que querem continuar com suas vidas de uma forma normal e em paz", declarou Bullrich.
O protocolo inclui diversas medidas que vão desde repressão aos atos, com o uso mínimo da força, às sanções contra instigadores e financiadores dos "piquetes". Além disso, os manifestantes serão identificados e seus dados enviados para as autoridades competentes.
No entanto, Bullrich não detalhou como as forças de segurança pretendem atuar nem explicou o que o governo planeja fazer com os dados de pessoas e empresas envolvidas nas mobilizações.
A expectativa é de que o primeiro teste deste protocolo seja provavelmente nas manifestações convocadas por movimentos sociais nos dias 19 e 20 de dezembro pelo aniversário do protesto contra a crise de 2001, que culminou com a morte de 39 pessoas.
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