A região da Calábria, no sul da Itália, recebe de hoje (16) até a próxima quarta-feira (17) uma reunião dos ministros do Comércio dos países do G7, liderada pelo vice-premiê e chanceler do país, Antonio Tajani.
O encontro "ocorre sob o espírito de que o comércio deve ser um motor de crescimento para os países mais ricos e para o resto do mundo", por isso é preciso responder "às fricções que impedem o comércio global e o desenvolvimento sustentável".
O G7 do Comércio foi aberto ao habitual grupo das economias mais avançadas e também a parceiros considerados estratégicos de outros continentes: Índia, Vietnã, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Turquia e Brasil, potenciais mercados de milhares de pessoas.
Esta é a terceira vez que o G7 se reúne neste formato e, desta vez, a discussão entre líderes políticos, entidades empresariais (os chamados B7) e organizações internacionais será baseada em quatro direções "cruciais para o futuro das economias".
"Fortalecer o sistema comercial multilateral através da reforma do da OMC [Organização Mundial do Comércio], garantir condições de concorrência equitativas nos mercados globais, incentivar a sustentabilidade ambiental no comércio, melhorar a resiliência e a segurança econômica", destacou Tajani.
O programa ministerial na Calábria envolverá também o porto de Gioia Tauro, o primeiro da Itália em tráfego de mercadorias e o oitavo da Europa. "Um ponto de partida para olhar cada vez mais o Mediterrâneo como um mar de comércio e não como um cemitério de migrantes", acrescentou o vice-premiê.
O porto será visitado por ministros, incluindo o chefe da diplomacia italiana que também apresentará a iniciativa humanitária "Food for Gaza", na ocasião.
Com a reunião ministerial em Reggio e Villa San Giovanni, a Calábria acolherá pela primeira vez um evento do G7, uma escolha feita para valorizar mais uma vez uma das regiões do sul da Itália e o seu grande potencial de desenvolvimento.
"A Calábria e o sul da Itália serão a capital econômica mundial durante dois dias", afirmou Tajani.
Durante seu discurso na abertura da cúpula, o chanceler italiano reforçou que as liberdades de comércio e navegação são fundamentais para o comércio e o crescimento globais".
"Queremos garantir condições de concorrência equitativas para as empresas nos mercados globais. É necessário garantir condições de concorrência justas e regras partilhadas para permitir que as nossas empresas possam competir em condições de igualdade em todos os mercados", declarou.
Segundo Tajani, juntamente com a declaração final do G7, ele "quis reunir estas prioridades em um texto político que chamou de 'Declaração da Calábria'", para resumir "o espírito e a substância do nosso trabalho" e delinear "a visão de um país cada vez mais aberto e livre.
Além disso, garantiu que o grupo trabalhará "na questão chave da sustentabilidade ambiental no comércio", tema que será levado para a COP em Abu Dhabi e para a próxima COP no Azerbaijão, em novembro.
"Queremos tornar os nossos sistemas econômicos ainda mais sólidos e seguros, mesmo diante de choques como as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, e as tensões no Mar Vermelho, enfrentando em conjunto desafios globais como a inteligência artificial", acrescentou.
Por fim, o ministro italiano enfatizou que as discussões vão resultar em um documento final "forte, o selo de um G7 do Comércio que está apenas na sua terceira edição, mas que acreditamos deve ser uma componente fundamental de cada presidência".
Brasil
O país liderado por Luiz Inácio Lula da Silva participa da reunião como convidado e é representado pelo secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Márcio Elias Rosa.
Segundo nota do governo brasileiro, paralelamente ao G7, o Elias Rosa participou nesta manhã de uma reunião do B7, que reúne lideranças empresariais desses países para discutir temas de relevância econômica global, que contou com a presença de Tajani, e da diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala.
"Todos os nossos indicadores econômicos demonstram que o Brasil já se tornou um local indicado para a realização de investimentos seguros", destacou o secretário executivo, reforçando o compromisso do país com um desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA