(ANSA) - Chegou a quatro o número de mortos no desabamento em um canteiro de obras para a construção de um supermercado em Florença, no centro-norte da Itália, na última sexta-feira (16).
Um operário ainda está desaparecido, e o governador da Toscana, Eugenio Giani, disse que já é possível falar até em "cinco vítimas" devido ao fato de o trabalhador não ter dado nenhum sinal de vida sob os destroços.
"É certamente um balanço dramático", disse Giani a uma rádio local. O governador decretou luto regional pela tragédia, ocorrida na construção de uma unidade da Esselunga, uma das principais redes de supermercados do país.
O incidente foi provocado pela queda de uma viga da estrutura, que deu início a um efeito dominó na obra. Oito trabalhadores foram atingidos pelo desabamento, sendo que três - todos cidadãos romenos - tiveram apenas ferimentos.
Já os corpos tirados dos escombros são de um italiano e três imigrantes de origem norte-africana.
Segundo Luca Cari, dirigente nacional do Corpo de Bombeiros, as operações de busca pelo último desaparecido enfrentam "muitas dificuldades" porque os socorristas trabalham com "uma viga gigantesca sobre suas cabeças".
Nas redes sociais, a premiê Giorgia Meloni expressou "condolências pelas vítimas do desabamento", que provocou protestos de sindicatos em um país onde foram registradas mais de mil mortes em acidentes de trabalho em 2023.
"Esses incidentes são produtos do sistema de subcontratação e da lógica de contratos com preço mínimo", disse o secretário da Confederação Geral Italiana do Trabalho (Cgil), Maurizio Landini.
O Ministério Público de Florença abriu um inquérito por desabamento e homicídio culposos, ou seja, quando não há intenção de cometer os crimes.
Papa
O papa Francisco expressou condolências pelo desabamento em Florença neste sábado (17) e cobrou mais segurança para os trabalhadores.
Em telegrama enviado ao arcebispo metropolitano da capital toscana, cardeal Giuseppe Betori, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, diz que o pontífice enviou "sentimentos de proximidade e luto aos familiares das vítimas, junto com sua mais forte participação na dor de toda a comunidade".
"Neste momento particularmente dramático, o papa Francisco deseja renovar o apelo pela segurança nos lugares de trabalho, desejando um maior empenho de todos que têm responsabilidade de tutelar os trabalhadores", afirma o texto.
No telegrama, Francisco ainda agradece a "todos aqueles que estão se esforçando nas operações de socorro". (ANSA)
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