As autoridades italianas prenderam nesta segunda-feira (25) cinco supostos contrabandistas que usaram um barco de pesca para transportar 674 migrantes, dos quais 179 chegaram a Messina, incluindo cinco mortos.
De acordo com o Ministério Público, cinco egípcios, com idades entre 21 e 28 anos, são acusados de crimes de auxílio à imigração ilegal e morte em consequência de outro crime.
Testemunhas relataram ter sido espancadas com paus e correias durante a viagem, enquanto que as vítimas morreram em decorrência de desidratação ligada ao calor extremo e à falta de água potável, fortemente racionada a bordo.
As prisões foram realizadas pela equipe móvel da Delegacia de Polícia e pela Guarda de Finanças. Os migrantes e os corpos das cinco vítimas chegaram ontem de manhã ao cais de Nuremberg, em Messina, a bordo de dois barcos-patrulha.
Todos os migrantes estavam em um barco de pesca que foi resgatado no Mediterrâneo e depois levado para os portos de Messina, Siracusa, Catânia e Crotone.
As investigações, baseadas nos relatos de testemunhas, permitiram reconstituir que os migrantes, após cerca de um mês de permanência numa casa na costa da Líbia, tentaram atravessar o Mediterrâneo no barco de pesca, que partiu na noite de 19 de julho.
Durante a travessia, os tripulantes desligaram subitamente os motores e pediram socorro, com um aparelho de satélite do qual se desfizeram, jogando-o ao mar. Os migrantes afirmaram que foram espancados a bordo com paus e correias também como reação ao pedido de comida e água.
Segundo a promotoria de Messina, "os recursos hídricos e alimentares foram desumanamente racionados, a ponto de os migrantes serem obrigados a partilhar uma xícara de café cheia de água entre 10" pessoas.
Devido ao calor extremo e à falta de água potável, muitos deles, conforme os relatos, disseram que "viram os seus companheiros de viagem morrerem de calor e desidratação, tendo sido todos obrigados a beber até a água do mar e do motor".
Uma testemunha informou ainda que os membros da tripulação do barco de pesca atribuíram a um migrante a tarefa de gerir e racionar o abastecimento de água potável e quando este se recusou a fazê-lo ou não usou o devido cuidado e atenção, foi violentamente espancado e os migrantes sofreram mais racionamento progressivo de água potável.
Neste fim de semana, uma série de chegadas de migrantes lotou diversas regiões da Itália. A ilha de Lampedusa, inclusive, registrou ao menos sete desembarques de barcos ilegais. (ANSA)
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