Não durou uma semana o projeto do Partido Democrático (PD), principal força de centro-esquerda na Itália, de formar uma frente ampla para enfrentar o favoritismo da extrema direita nas eleições de 25 de setembro.
A pequena legenda de centro Ação, do ex-ministro do Desenvolvimento Econômico Carlo Calenda, anunciou neste domingo (7) o rompimento de uma aliança com o PD fechada apenas cinco dias atrás.
O motivo da ruptura, segundo Calenda, é a decisão do Partido Democrático de também formar coligações com as legendas nanicas Europa Verde (EV) e Esquerda Italiana (EI), que fazem oposição ao governo de união nacional encabeçado por Mario Draghi.
"Foi uma das decisões mais sofridas, a mais sofrida", disse o ex-ministro em entrevista ao canal Rai Tre. "Hoje me encontrava ao lado de pessoas que votaram 54 vezes para destituir Draghi. Fiquei um pouco perdido", acrescentou.
A aliança entre PD e Ação havia sido anunciada na última terça-feira (2), quando já se sabia que o Partido Democrático também negociava com EV e SI. "Essa coalizão é feita para perder. A escolha foi do PD, e eu não posso seguir por um caminho contra minha consciência", declarou Calenda.
Em seu perfil no Twitter, o ex-premiê Enrico Letta, líder do Partido Democrático, disse que vai "seguir em frente no interesse da Itália". "Parece que o único aliado possível para Calenda é Calenda", afirmou.
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Com cerca de 24% das intenções de voto, o Partido Democrático está em empate técnico com a sigla de extrema direita Irmãos da Itália (FdI), da deputada Giorgia Meloni, na liderança das pesquisas.
No entanto, o FdI integra uma coalizão conservadora com os partidos de Matteo Salvini (Liga) e Silvio Berlusconi (Força Itália), que aparece com mais de 40% da preferência e pode obter maioria absoluta no Parlamento, beneficiando-se de um sistema eleitoral que mistura proporcional com majoritário.
Por conta disso, o PD tentou fechar o maior número possível de alianças para fazer frente ao favoritismo da direita nos colégios majoritários. Todos os partidos com quem negociou estão na faixa de um dígito nas pesquisas e corriam o risco de não superar a cláusula de barreira parar entrar no Parlamento, que é de 3% para legendas que disputam sozinhas e de 10% para coalizões.
O foco das alianças costuradas pelo PD são os colégios majoritários para a Câmara dos Deputados e o Senado, ou seja, aqueles onde apenas o candidato mais votado será eleito.
Esses distritos definirão 37% das vagas na próxima legislatura, enquanto o restante será escolhido por meio do sistema proporcional, com os assentos no Parlamento distribuídos de acordo com o percentual obtido por cada partido. (ANSA)
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