O ex-ministro do Interior da Itália Matteo Salvini passou a ter sua liderança questionada no partido de extrema direita Liga por causa do resultado das eleições parlamentares de 25 de setembro.
A Liga integra a coalizão vencedora do pleito, encabeçada pela deputada Giorgia Meloni, mas viu seu percentual de votos cair de 17% para pouco menos de 9% entre 2018 e 2022, sendo que, nesse meio tempo, o partido chegou a superar os 30% nas pesquisas.
Em artigo no jornal Il Foglio, o ex-secretário da Liga e ex-governador da Lombardia Roberto Maroni disse que o partido precisa organizar um "congresso extraordinário". "Eu saberia quem eleger como novo secretário, mas, por enquanto, não falo em nomes", declarou o expoente da legenda de ultradireita.
Salvini é secretário da Liga desde dezembro de 2013 e ajudou a transformar o partido em uma força nacional, abandonando o antigo pleito pela autonomia do norte da Itália e se concentrando mais em temas como imigração e nas críticas à União Europeia.
Entre 2018 e 2019, foi ministro do Interior no governo de Giuseppe Conte, com quem rompeu para tentar forçar a convocação de eleições antecipadas, hipótese então rechaçada pelo presidente Sergio Mattarella. Se a Itália fosse às urnas naquele momento, Salvini teria tido grandes chances de se tornar premiê.
A partir da crise política de 2019, a Liga passou a perder eleitores para o Irmãos da Itália (FdI), partido de Meloni, em um movimento que se acentuou quando a legenda de Salvini se juntou ao governo de união nacional de Mario Draghi, deixando caminho livre para o FdI na oposição.
Na última segunda-feira (26), Salvini admitiu sua "irritação" com o resultado da Liga nas eleições, porém rechaçou a hipótese de renunciar ao cargo de secretário federal. "Nunca tive tanta determinação e vontade de trabalhar. Não vejo a hora de indicar o caminho para a Liga nos próximos cinco anos", disse. (ANSA)
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