Após a crise diplomática com a França por conta de migrantes resgatados no Mediterrâneo, a Itália indicou nesta quinta-feira (17) que não vai "proceder sozinha".
Em reunião em Eltville am Rhein, o ministro italiano do Interior, Matteo Piantedosi, disse à sua homóloga da Alemanha, Nancy Faeser, que Roma vai se ater às regras da União Europeia sobre a questão migratória.
Segundo informações de bastidores, Piantedosi reiterou "diversas vezes" que a Itália "não tem intenção de proceder sozinha", enquanto Faeser garantiu que Berlim manterá o compromisso com o mecanismo voluntário de redistribuição de solicitantes de refúgio.
O encontro bilateral ocorreu à margem de uma cúpula de ministros do Interior dos países do G7, em um "clima de parceria", de acordo com fontes do governo alemão. "Tentamos sempre mediar onde for possível", ressaltou Faeser.
Na semana passada, Itália e França protagonizaram uma crise diplomática por conta do navio Ocean Viking, operado pela ONG SOS Méditerranée e proibido de atracar em portos italianos com 234 migrantes a bordo.
Devido ao veto, a embarcação teve de navegar cerca de mil quilômetros até a cidade francesa de Toulon, apesar do estado de fragilidade dos náufragos. Em retaliação, Paris suspendeu um acordo para acolher 3,5 mil solicitantes de refúgio que vivem na Itália e aumentou os controles na fronteira entre os dois países.
A UE possui um mecanismo voluntário de redistribuição de migrantes forçados resgatados no mar e que prevê que os náufragos desembarquem no porto seguro mais próximo e depois sejam realocados pelos Estados-membros do bloco. (ANSA)
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