O Ministério do Interior da Itália justificou neste sábado (10) os motivos para permitir que duas embarcações de ONGs com pessoas resgatadas no Mar Mediterrâneo atracassem em portos do país nesta sexta-feira (9).
Desde que o novo governo italiano assumiu, várias crises no setor já foram iniciadas com as instituições humanitárias.
Segundo fontes do Viminale, a liberação rápida para o navio Geo Barents, da Médico Sem Fronteiras (MSF), e o Humanity 1, da SOS Humanity, foi dada por conta do "mau tempo e das condições do mar, que teriam exposto as pessoas a bordo em risco".
Para a pasta, as "ações provocatórias" das ONGs se repetiriam e "elas teriam um pretexto para declarar o estado de emergência a bordo e assim teriam entrado na Sicília, onde os centros de acolhimento estão já congestionados e permanecendo próximas às suas áreas de operação". Com as autorizações, as embarcações foram para Salerno e Bari.
No entanto, o Ministério informou que não há "nenhum passo atrás" na atual briga política da Itália sobre a questão migratória na União Europeia e que o "Viminale já está trabalhando para apresentar novas normas para garantir a segurança das fronteiras e parar com o tráfico de seres humanos que enriquecem apenas os traficantes".
O MSF e a SOS Humanity, ao lado da ONG SOS Méditerranée, tiveram uma grande crise em novembro com o governo de Giorgia Meloni após passarem cerca de duas semanas esperando autorização para desembarcar centenas de pessoas resgatadas no mar. Por isso, a Itália vem tentando mudar as regras europeias para acolhimento.
Desde o início do ano, a Itália já recebeu mais de 96,8 mil migrantes em seus portos. No entanto, os dados desde 2013 mostram que uma minoria do total de pessoas que chegam ao país realmente pedem asilo ou permanecem ali, buscando morar em países do norte da Europa, como Alemanha e França.
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