(ANSA) - O navio humanitário Geo Barents, operado pela ONG Médicos Sem Fronteiras, atracou nesta quinta-feira (12) no porto de Ancona, na costa adriática da Itália, com 73 migrantes resgatados no Mar Mediterrâneo Central, a mais de 1,5 mil quilômetros de distância.
A designação de um porto seguro tão distante faz parte da nova estratégia do governo da premiê Giorgia Meloni para reduzir o número de deslocados internacionais socorridos por ONGs em alto mar.
"Quatro dias de navegação a mais foram um sofrimento inútil para pessoas que já sofreram muito", disse a responsável por socorros de MSF, Fulvia Conte. Entre os indivíduos resgatados pelo Geo Barents estão migrantes torturados na Líbia ou que viram suas famílias serem assassinadas em seu país de origem.
O grupo havia sido socorrido de um bote inflável no último sábado (7), enquanto tentava fazer a perigosa travessia do Mediterrâneo Central debaixo de chuva. "Se tivéssemos chegado algumas horas mais tarde, provavelmente eles teriam morrido", acrescentou Conte.
Na quarta-feira (11), o navio Ocean Viking, da SOS Méditerranée, já havia atracado em Ancona com 37 migrantes. As tripulações das duas embarcações humanitárias chegaram a pedir à Itália a designação de um porto seguro mais próximo, porém a solicitação foi negada.
Em 2022, o país recebeu cerca de 105 mil deslocados internacionais via Mediterrâneo, um crescimento de mais de 50% na comparação com o ano anterior, segundo o Ministério do Interior.
Considerando apenas os 12 primeiros dias de 2023, são 3,7 mil migrantes, quase nove vezes mais que no mesmo período de 2022, aumento que se deve também às temperaturas acima da média para esta época do ano na região. (ANSA)
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