O papa Francisco recebeu o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, no Vaticano nesta sexta-feira (5) em meio a uma série de denúncias de abuso sexual e pedofilia contra a Igreja Católica em Portugal.
"O encontro, desejado pelo cardeal-patriarca de Lisboa, se desenvolveu em um clima de comunhão fraterna e em um diálogo transparente sobre os eventos das últimas semanas que marcaram a vida da Igreja em Portugal", informa em nota a diocese. O Vaticano não se manifestou.
Segundo matérias publicadas pelo jornal "Expresso" e pelo "Observador", o próprio Clemente, além do bispo da Guarda, Manuel Felício, e o bispo emérito de Setúbal, Gilberto Reis, teriam acobertado denúncias contra padres portugueses na década de 1990. Os três, já líderes religiosos, não teriam comunicado os casos à polícia ou à justiça.
Recentemente, quando o escândalo estourou, Clemente publicou uma carta aberta à população dizendo que sempre teve uma "tolerância zero" sobre os casos e disse que a acusação de acobertamento que recaía sobre ele tinha ocorrido durante a gestão de seu antecessor José Policarpo.
Ainda conforme o cardeal-patriarca, foram seguidos todos os procedimentos canônicos à época, com o afastamento do padre e "diálogo com a família da vítima". Ainda relatou que marcou um encontro com a vítima em 1999, que disse a ele que não queria que houvesse "divulgação" do caso e que a preocupação do abusado era que isso não se repetisse na Igreja.
Por isso, Clemente justifica que não viu o encontro como uma "renovada denúncia" e que não houve pedido para ir adiante.
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