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Papa cobra Europa a oferecer 'percursos de paz' na Ucrânia

Papa cobra Europa a oferecer 'percursos de paz' na Ucrânia

LISBOA, 02 agosto 2023, 10:03

Redação ANSA

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Papa é recebido pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa © ANSA/EPA

(ANSA) - O papa Francisco afirmou nesta quarta-feira (2) que a Europa não oferece "percursos de paz" para encerrar a guerra na Ucrânia, no primeiro discurso de sua viagem a Lisboa, em Portugal, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Pouco após desembarcar, o líder da Igreja Católica se reuniu com autoridades políticas, representantes da sociedade civil e o corpo diplomático no Centro Cultural de Belém, onde aproveitou para criticar a ausência de "rotas corajosas de paz".

"Olhando com carinho para a Europa, no espírito do diálogo que a caracteriza, vem a vontade de perguntar: para onde você navega se não oferece percursos de paz, caminhos criativos para colocar fim à guerra na Ucrânia e aos tantos conflitos que ensanguentam o mundo?", disse o Papa.

Francisco também demonstrou preocupação com o aumento dos investimentos armamentistas em detrimento do "futuro dos filhos". "Eu sonho com uma Europa, coração do Ocidente, que use seu engenho para extinguir os focos de guerra, uma Europa que inclua povos e pessoas, sem perseguir teorias e colonizações ideológicas", acrescentou.

O pontífice de 86 anos ainda criticou o Ocidente pelo "descarte dos idosos, os muros com arame farpado, as tragédias no mar e os berços vazios". "Para onde vocês vão se, diante do mal de viver, oferecem remédios errados, como o fácil acesso à morte?", questionou, em referência aos países europeus que legalizaram a eutanásia.

O Papa também mencionou a crise climática no planeta e disse que o mundo está transformando os oceanos, "grandes reservas de vida", em "lixões de plástico". "Como podemos dizer que acreditamos nos jovens se não damos a eles um espaço saudável para construir o futuro?", afirmou.

Além disso, pediu que as fronteiras sejam vistas como "zonas de contato", e não como linhas "que dividem". "Parece que as injustiças planetárias, as guerras e as crises climáticas e migratórias avançam mais velozes que a capacidade - e frequentemente que a vontade - de enfrentar tais desafios juntos", declarou. (ANSA)

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