(ANSA) - O presidente da empresa italiana illycaffè, Andrea Illy, declarou que "em poucas décadas, até 50% dos terrenos destinados à agricultura do café podem não ser mais idôneos ao cultivo, enquanto 80% das emissões de carbono na cadeia de produção do café provêm da agricultura".
"Para garantir a segurança do café diante de uma demanda crescente e de impactos da mudança climática, preservando a diferenciação, é preciso investir na melhoria das práticas agroeconômicas e na renovação das plantações", complementou o também co-presidente da Regenerative Society Foundation, na ASIC Conference on Coffee Science em andamento em Hanói, no Vietnã.
"A agricultura regenerativa é parte da solução: enriquecer o solo em carbono orgânico nutre a microbiota do solo, melhorando a capacidade de fixar os minerais, produzindo defesas naturais e retendo a água", disse Illy.
O presidente também falou sobre a escalabilidade da prática: "É preciso muita pesquisa, para melhorar as práticas agronômicas, produzir inputs suficientes, medir os dados necessários. Estamos estudando e começando a desenvolver novas abordagens e isso requer muito conhecimento e capitais para investir em pesquisa e desenvolvimento".
"Para o conhecimento apelamos à comunidade científica, enquanto para o capital a International Coffee Organization (ICO), junto com várias outras organizações intergovernamentais e o setor privado, está estudando a viabilidade de criar um fundo para a resiliência do café", explicou.
"Espero que haja uma aceleração nessa direção, para dar tempo, mas também para tornar a indústria do café um modelo para toda a agricultura", concluiu Illy.
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