O Senado aprovou nesta terça-feira (18) um projeto de reforma constitucional para implementar eleições diretas ao cargo de primeiro-ministro da Itália. A iniciativa, que passou com 109 votos a 77, foi proposta pela atual premiê, Giorgia Meloni. O texto agora segue para a Câmara.
O placar dos senadores não atingiu os dois terços que seriam necessários para evitar que seja necessário um referendo popular sobre a medida. O cenário deve se repetir entre os deputados.
No atual sistema, os partidos iniciam as negociações para formar um governo após eleições gerais parlamentares, e a coalizão que tiver conquistado a maioria das cadeiras escolhe um indivíduo para propor ao presidente da República como premiê.
Essa figura não necessariamente precisa ser um dos candidatos a premiê apresentados durante a campanha eleitoral.
Meloni argumenta que a reforma levará a governos mais fortes e estáveis, em um país que já teve 68 governos diferentes em 75 anos de história republicana.
"Um primeiro passo à frente para reforçar a democracia, dar estabilidade às nossas instituições e restituir aos cidadãos o direito de escolher por quem ser governados", disse Meloni após a aprovação.
Já a legenda opositora de centro-esquerda Partido Democrático (PD) classificou a proposta como "perigosa", afirmando que ela "enfraquece o Parlamento e as prerrogativas do presidente".
Os partidos de oposição se reuniram em manifestação contra a reforma. Representantes de PD, Movimento 5 Estrelas (M5S), Aliança Verdes e Esquerda (AVS) e Mais Europa foram à Piazza Santi Apostoli com bandeiras das siglas, da Itália, da Europa e da paz.
Entre as diversas músicas executadas através dos alto-falantes, "Bella ciao" foi entoada diversas vezes. Entre os cartazes, estão os que dizem "Ditadores da Itália, não irmãos" (em referência ao partido da premiê, Irmãos da Itália) e "Agressão no Parlamento".
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