A estatal russa Gazprom reduziu em um terço o fluxo de gás natural para a Itália nesta segunda-feira (11).
Esse é o quarto corte em um mês promovido por Moscou, que comunicou à empresa italiana ENI que vai fornecer apenas 21 milhões de metros cúbicos por dia, um terço a menos que a média das últimas semanas.
"A Gazprom comunicou que vai fornecer 21 milhões de metros cúbicos por dia à ENI, sendo que a média dos últimos dias era de cerca de 32 milhões de metros cúbicos diários", afirmou a ENI. Entre 15 e 17 de junho, a estatal russa já havia efetuado três reduções no abastecimento à Itália, de 15%, 35% e 50%.
Os cortes chegam apesar de a ENI ter aberto uma conta em rublos no banco da Gazprom, o Gazprombank, embora continue pagando pela commodity em euro, com a conversão sendo feita pela própria instituição financeira russa.
No entanto, a Itália não registra problemas de abastecimento neste momento, já que vem aumentando seu estoque nos últimos meses, totalizando 6,1 bilhões de metros cúbicos armazenados, 64% da meta para o inverno.
Até 2021, a Rússia respondia por cerca de 40% das importações italianas de gás natural, mas esse índice já caiu para 25% desde o início da guerra na Ucrânia, período em que Roma assinou acordos para aumentar as aquisições de outros fornecedores, como Angola, Argélia, Azerbaijão e República do Congo.
De acordo com o poder Executivo da União Europeia, 12 Estados-membros do bloco já foram diretamente afetados por cortes no abastecimento de gás russo. A Áustria, vizinha à Itália, anunciou nesta segunda uma redução de 70%.
Os novos cortes chegam no mesmo dia do fechamento do gasoduto Nord Stream 1 pela Gazprom, que alega necessidade de manutenção na linha. (ANSA)
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