A sessão do Parlamento italiano que definirá o futuro do governo de Mario Draghi vai durar dois dias, informam fontes nesta terça-feira (19). O premiê irá ao Senado nesta quarta-feira (20), como havia sido informado, mas se dirigirá à Câmara dos Deputados apenas na quinta-feira (21).
Os prazos foram definidos em duas reuniões entre os líderes dos partidos em cada uma das Casas.
No Senado, Draghi fará seu pronunciamento inicial às 9h30 (hora local) e estima-se que às 11h comecem os debates entre os senadores no plenário. A previsão é que essa discussão dure cerca de cinco horas e a votação deve terminar até às 19h30.
Como essa participação do premiê durará o dia todo, a sessão que deveria ocorrer na sequência na Câmara foi transferida para a quinta-feira.
Entre os deputados, está previsto que a discussão geral seja realizada entre 9h e 11h30 e, após esse período, haverá espaço para uma réplica de Draghi com os deputados. A votação final seria no início da tarde.
A decisão por começar pelo Senado é por conta do fato da atual crise política ter sido iniciada ali durante a última quinta-feira (14). Os representantes do Movimento 5 Estrelas (M5S) boicotaram a votação de confiança sobre um decreto com ajudas para famílias e empresas em meio aos problemas econômicos causados por diversos fatores, como a pandemia de Covid-19, a crise energética e a guerra na Ucrânia.
Após o boicote, Draghi anunciou ao Conselho de Ministros que iria apresentar sua renúncia ao presidente do país, Sergio Mattarella, porque a base da coalizão de unidade nacional havia sido rompida. No entanto, o mandatário rejeitou a renúncia e determinou que o premiê fizesse consultas ao Parlamento para verificar se há maioria política para mantê-lo no cargo.
Até o momento, as principais forças políticas - com exceção do M5S - já se manifestaram favoráveis à manutenção do governo, evitando assim a antecipação das eleições em meio as crises atuais. O líder dos populistas, Giuseppe Conte, afirmou que a decisão é de Draghi e que as exigências do partido precisam ser incluídas no governo.
No entanto, a parte de direita do coalizão - que conta ainda com centristas e centro-esquerda - não quer que os populistas se mantenham nessa base. O Partido Democrático, por sua vez, não se manifestou sobre a permanência ou não do M5S.
Caso não haja consenso, Mattarella terá que definir se antecipa eleições (que ocorreriam entre o fim de setembro e o início de outubro) ou se criaria um governo técnico para comandar o país até o pleito do início do ano que vem.
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